Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Capítulo XCVII

Na seara evangélica



“… Ai de mim se não pregar o Evangelho!” — PAULO (1co 9:16)


Às vezes fugimos ao serviço evangélico, justificando a omissão com os defeitos que ainda nos caracterizam.

Dizemo-nos demasiado fracos para cooperar com a beneficência e desertamos do contato com os irmãos em penúria…

Afirmamo-nos inábeis e recusamos encargos honrosos que se nos confiam…

Proclamamo-nos rudes em excesso e rejeitamos a possibilidade de cooperar no ensinamento edificante…

Asseveramo-nos na posição de Espíritos endividados e fantasiamos incapacidade para o cultivo da fé…

Entretanto, é grande contrassenso semelhante norma de proceder. Se a criatura humana surgisse instruída no berço, para que a escola na Terra?

Jesus transmitiu as revelações e lições do Evangelho a homens e mulheres débeis, infelizes, revoltados, obsessos, inibidos, ignorantes, desanimados, doentes. Ele próprio declarou não ter vindo ao mundo para curar os sãos. (Mt 9:12)

Evitemos escapatórias diante da construção do bem, que é dever nosso.

A obra de evangelização e, notadamente, a que Jesus nos concede na seara luminosa da Doutrina Espírita, é oportunidade rara de serviço, melhoria, aprimoramento e felicidade, cujo valor não sabemos ainda apreciar.

Recordemos Paulo de Tarso.

Ele, o apóstolo que recolheu apelos diretos do Cristo à sementeira de luz, foi positivo ao confessar: “Ai de mim se não pregar o Evangelho!”

E nós, em lhe meditando o exemplo, podemos reconhecer que se não aproveitarmos os recursos de trabalho que o Espiritismo nos oferece, permaneceremos na inferioridade em que temos vivido até hoje, se não descambarmos para coisa pior.




(Reformador, julho 1965, página 148)