Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Capítulo XI

Elogios e críticas



“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do Alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança.” — (Tg 1:17)


Se o Sol dependesse da aprovação humana para alimentar a vida que se lhe gravita em derredor, certo que, desde muito, estaria reduzido a montão de cinzas.

Se a Terra sofresse com as censuras que lhe são constantemente desfechadas por todos aqueles que a categorizam por vale de lágrimas, já teria descido à condição de um cemitério no Espaço.

Se a semente rejeitasse a solidão e a morte a que se vê relegada no solo, a fim de colaborar no sustento do mundo, as criaturas estariam, há muito tempo, sem a bênção do pão.

Ah! se a fonte recusasse o regime de mudança incessante e permanente em que é chamada a servir, a vida organizada na Terra se mostraria confinada a primitivismo e estagnação.

Se a árvore só produzisse sob aplausos, o fruto não abençoaria a mesa dos homens.

Obreiros da Verdade e do Bem, reflitamos nas lições simples da Natureza e trabalhemos.

Agradecei o louvor que vos fortalece para o desempenho das obrigações naturais do mundo e aproveitai com resignação a advertência que a crítica vos dê. Entretanto, se precisamos de elogio para trabalhar e se a admoestação nos paralisa as faculdades de servir, estamos ainda longe de compreender o tesouro das oportunidades de aprimoramento e elevação que nos enriquece os caminhos, de vez que, acima de tudo, a bênção que nos reconforta, a luz que clareia a estrada, a força que nos sustenta e o apoio que nos escora chegam sempre de Mais Alto e procedem, originário e tão somente, de Deus.



Reformador, setembro 1971, p. 195.