Há quem pergunte como auxiliar aos outros sem possuir recursos materiais. E, dentre as muitas formas de amparar sem apoio amoedado, falar para o bem é uma delas.
Recorda o tesouro das boas palavras que transportas contigo. Basta ligar os dispositivos da memória e o verbo edificante se te derramará da boca, à feição de uma torrente de luz.
Ajuda aos que ajudam, em benefício do próximo, criando o clima do otimismo e da esperança indispensável à sustentação da alegria e da paz.
Não pronuncies a frase de pessimismo ou desencanto, reprovação ou amargura.
A dificuldade estará presente, mas se forjamos confiança na força espiritual que nos é característica, de modo a transpô-la ou desfazê-la, conseguiremos liquidá-la muito mais facilmente, de vez que estaremos mobilizando o poder da cooperação.
A enfermidade estará golpeando fundo no irmão que a suporta, no entanto, se exteriorizamos, em favor dele, um pensamento de reequilíbrio ou de fé, será essa a medida providencial que o habilite, por fim, a iniciara marcha mental para a justa restauração.
Não desencorajes, seja a quem seja. Feridas reviradas agravam o sofrimento. Erros comentados estendem a sombra. Cada consciência é um mundo por si, com obstáculos e problemas próprios.
Cada qual de nós — os Espíritos em evolução na Terra — temos qualidades nobres que acumulamos e imperfeições de que nos devemos desvencilhar.
Lembremo-nos do auxílio que podemos aditar ao auxílio daqueles que se consagram a auxiliar para o bem dos semelhantes.
Se nos propomos a colaborar, na edificação do Reino de Deus, comecemos pela caridade silenciosa de não complicar e nem desanimar a ninguém.
Reformador, maio 1971, p. 115.