“O perfeito amor lança fora o temor.” — (1Jo
Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor nos confia, não basta o imperfeito amor que estipula salários de gratidão ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.
É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção.
O imperfeito amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração.
O perfeito amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações queridos, no degrau de luta que lhes é próprio.
Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do amor incompleto. É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás sempre amado, segundo o amor equilibrado e perfeito, pela força divina que nos ergue, triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.
Reformador, janeiro 1957, p. 3.