Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Capítulo CXLVII

Confiaremos



“E se sabemos que ele nos ouve, quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.” — JOÃO (1Jo 5:15)


Em nos dirigindo ao Senhor, rogando alguma concessão, condicionemo-nos ao Critério Divino.

Digamos no íntimo do ser:

“Se julgardes, Senhor, que isso nos ajudará a ser melhores para os nossos irmãos, em louvor dos vossos desígnios…”

“Se considerardes que assim poderemos ser mais úteis em vossa obra…”

E façamos dentro de nós o silêncio preciso, emudecendo qualquer indisciplina mental.

Sintonizemos o coração em ponto certo, ou, melhor, liguemos o pensamento para a Infinita Sabedoria, tendo o cuidado imprescindível para que a estática de nossas paixões e sensações não interfira com a recepção da bênção que nos advirá da Divina Bondade. Oremos, unindo-nos aos planos do Senhor, sem exigir que os planos do Senhor se submetam aos nossos, e aprenderemos a ver e a aceitar o que seja melhor para nós, asserenando o coração.

Não gritarmos “eu quero…” mas afirmar, em nossa condição de Espíritos imperfeitos: “se posso querer…”

Em qualquer setor de organização humana, o benefício solicitado se divide em duas fases essenciais — o pedido e a solução.

Forçoso, porém, reconhecer que, se todo pedido é livre, qualquer solução exige exame.

Empregadores não atendem às requisições dos subordinados sem analisar-lhes a ficha de mérito, sob pena de prejudicarem a máquina administrativa. Professores não satisfarão exigências de alunos sem, antes, lhes observar o aproveitamento, se não querem perturbar as funções educativas da escola.

É lícito rogar ao Senhor tudo aquilo de que carecemos e até mesmo tudo quanto quisermos, porquanto na maioria das ocasiões não passamos de crianças caprichosas, mas saibamos implorar dele a compreensão necessária para recebermos as respostas do Alto, sem prejuízo para a harmonia da vida, porque, se sabemos o meio exato e amplo de pedir, somente Deus — pelos Mensageiros Divinos que o representam, junto de nós — sabe, em nosso favor, como, onde e quando nos atender.




Reformador, dezembro 1966, p. 267.