“A fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.” — (Tg
Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.
Por dentro, a fé reinando sublime:
Orações primorosas…
Discursos admiráveis…
Louvores e cânticos…
Mas, por fora, o trabalho esquecido:
Campos ao desamparo…
Enxadas ao abandono…
Lareiras em cinza…
De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o Senhor nos confiou para a glória da vida?
Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.
Conhecimento nobre exige atividade nobre.
Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.
É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a Vida Superior.
Prece e trabalho.
Santuário e oficina.
Cultura e caridade.
Ideal e realização.
Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.
Não se limitou o Senhor a simples glorificação de Deus nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na sublime tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual.
Reformador, janeiro 1957, p. 3 e 4.