Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Capítulo XXII

Trabalha sempre



Por mais inquietante se revele a estrada terrestre aos teus olhos, não olvides que o trabalho será o verdadeiro instrumento de nossa libertação.

Fé que não age, é entusiasmo inoperante.

Caridade que não se movimenta nas boas obras, é campo ornamentado de verdura inútil.

Pregação de virtude que não se expressa em serviço aos semelhantes, muitas vezes é um escrínio vazio, estruturado em palavras brilhantes.

Prece que não caminha no terreno da ação construtiva, é um grito sem eco.

Só o trabalho consegue realizar o divino milagre de nossa renovação espiritual.

A enxada humilde é um escopro de luz nas mãos do lavrador, mas a pena preciosa nos dedos do sábio preguiçoso é lâmina sem valor.

Trabalha e tua linguagem se fará acessível e convincente aos que te observam;

trabalha e encontrarás, contigo mesmo, o miraculoso elixir do esquecimento de todas as mágoas do mundo;

trabalha e farás a Terra menos pobre de ignorância e miséria…

Toda a Natureza é um cântico de serviço ao Criador, que não cessa de servir por amor às criaturas.

Serve a árvore, que produz a semente, serve o chão que sustenta a vida.

Serve o Sol, que fecunda o chão, serve a semente, que produz o pão.

Não te imobilizes, à frente do sublime espetáculo que o mundo te oferece todos os dias.

Deixa que a esperança extravase de teu coração, em forma de bênçãos, deixa que a tua saúde se derrame em obras úteis, na direção dos que necessitam.

Não aceites o repouso senão como pausa obrigatória e indispensável ao teu próprio refazimento, porque só na atividade constante do bem desfrutarás o clima da consciência tranquila.

Cristo veio até nós para que despertássemos. Descerra as janelas do entendimento à sua divina inspiração e busca o lugar de abençoado servidor que a Terra te guarda generosa.

“Levanta-te e segue-me!” — disse-nos o Senhor. (Mt 9:9) Não te detenhas.

O amor é infatigável.

Jesus é o nosso Divino Guia, e, hoje, é a nossa bendita oportunidade de renovar e aprender, de servir e brilhar.



Reformador, janeiro 1957, p. 22.