Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Capítulo LXV

Teu concurso



“Como livres e não tendo liberdade por cobertura de malícia, mas como servos de Deus.” — (1Pe 2:16)


Observa o amparo de Deus, constantemente ao redor de teus passos, mas, muito especialmente, quando inibição ou esgotamento te espreitam.

Supunhas-te incapaz de suportar, valorosamente, determinada mudança na própria vida; entretanto acolheste com paciência o impositivo da transformação necessária e uma força imponderável te restituiu a paz com o desejo de tarefas mais amplas na edificação da própria felicidade.

Julgavas-te sem recursos para resolver certo problema; no entanto permaneceste firme no exato desempenho dos compromissos que o mundo te deu e, sem que percebesses, agentes invisíveis te apagaram as preocupações afastando a questão que te apoquentava.

Temias a impossibilidade de atender a obrigações que inesperados acontecimentos te impuseram e que se te figuraram sumamente difíceis; todavia foste fiel ao trabalho que a existência te confiou e escoras intangíveis te sustentaram para desempenhá-las, investindo-te na alegria da consciência que preside as vitórias do coração.

Receavas versar esse ou aquele tema edificante em público, acreditando-te sem possibilidades para tanto; contudo aceitaste o dever de falar por amor aos companheiros da Humanidade e o auxílio espiritual te brilhou no pensamento e no verbo, facultando-te o conforto de transmitir esperança e paz, a benefício do próximo, pelos fios da inspiração.

Certifica-te, desse modo, quão importante se faz a tua parte nessa ou naquela realização, perante a vida.

A Providência Divina te concede meios, acima de tuas forças, a fim de que colabores na construção do bem de todos, por livre vontade e não de espírito escravizado ao jugo das circunstâncias.

Em síntese, Deus te ajuda para que te ajudes, e dar-te-á sempre o auxílio máximo desde que não faltes com o teu concurso no desenvolvimento e no aperfeiçoamento da Obra da Criação, pelo menos com o mínimo do que sabes, podes e deves fazer.



Reformador, julho 1970, p. 147.