“Porque para isto sois chamados; pois também o Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo.” — PEDRO (1Pe
Elevada percentagem de crentes considera-se imune de todos os sofrimentos, porque, no conceito de grande parte daqueles que aceitam a fé cristã, entregar-se às fórmulas religiosas é subtrair-se à luta, candidatando-se à beatitude imperturbável.
Na apreciação de muita gente, os que oram não deveriam conhecer a dor.
O socorro divino assemelhar-se-ia à proteção de um monarca terrestre, doador de favores segundo as bajulações recebidas.
A situação do aprendiz de Jesus é, todavia, muito diversa. Os títulos do Cristo não são os da inatividade, com isenção de responsabilidade e esforço.
Todos os chamados ao trabalho evangélico não podem esquecer as necessidades do serviço.
O Mestre, naturalmente, precisa companheiros que n’Ele confiem, mas não prescindirá dos que se revelem colaboradores fiéis de sua obra.
Seria justo postar-se indefinidamente o devedor, ante a generosidade do credor, confiando sempre, sem o mínimo sinal de solução ao débito adquirido?
Não somente os homens vivem na lei de permuta. As Forças Divinas baseiam a movimentação do bem no mesmo princípio.
O Mestre Celestial ensina a todos, em verdade, as sublimes lições da vida; entretanto, não é razoável que todos os séculos assinalem nos bancos escolares da experiência humana os mesmos alunos preguiçosos e inquietos.
É indispensável que as turmas de bons obreiros se dirijam às zonas de serviço, preparados para os testemunhos dos ensinamentos recebidos.
Simão Pedro sintetiza o trabalho dos cristãos de maneira magistral.
Sois chamados para isto — assevera o apóstolo. A afirmativa simples indica que os discípulos leais foram convocados a sofrer pelo bem.