Ante o Natal, o júbilo que sentes assemelha-se à rosa terna e pura,
Orvalhada de pranto da saudade — a saudade do Céu que te procura.
Assinalas contigo, de surpresa, luminosa mudança…
Queres dar, socorrer e esparzir, sobre a Terra, a mensagem do amor na estrela da esperança!…
É que retratas, espontaneamente, no dom da própria fé que se alteia e reluz,
A pinceladas de beleza eterna, a divina presença de Jesus.
Ei-lo!… O Mestre, que, em ti, fala e agradece:
— Deus te ajude e abençoe, alma querida,
Por todas as riquezas que me ofertas, para a glória da vida!…
Deus te aumente na mesa o pão que deste aos meninos sem nome,
Que te mandei à porta acolhedora, arrasados de fome;
Deus te faça da veste armadura serena, contra os golpes da sombra que te espia,
Pela roupa singela em que abrigaste os que varam gemendo a noite fria;
Deus te transforme em santa inteligência as frases de carinho e reconforto,
Que disseste aos irmãos estirados nas trevas, de coração cansado e semimorto;
Deus te amplie o dinheiro que doaste para que o sofrimento diminua,
Nas retaguardas de necessidade dos que vagam na rua;
Deus transfigure em doce realidade a alegria que anseias,
Pelo perdão que deste, humildemente, às ofensas alheias;
Deus te converta os sonhos sublimados em clarões de ventura permanente,
Pela paz que trouxeste aos aflitos da estrada, pela réstia de amor que entregaste ao doente;
Deus te envolva e abençoe, alma querida, no divino esplendor do Lar Celeste!… Todo bem que estendeste aos que choram no mundo foi a mim que o fizeste!…
Natal!…. O Céu e a Terra em sintonia!… Volve Jesus dos sóis a buscar-nos no chão,
Para viver conosco, dia a dia, nos refolhos do próprio coração.