A mulher que se faz mãe Tem consigo, vida afora, Uma tristeza que ri E uma alegria que chora. Desde milênios sem data Que o progresso se avoluma; Tudo encontra duplicata, Mãe, porém, só se tem uma. Minha mãe!… Eis como a via, Na eterna essência do amor: Um retrato da alegria Emoldurado na dor. Meditei esta verdade No Ideário dos Destinos: Renúncia e maternidade São sinônimos divinos. Altos céus!… Astros em bando!… E eis hoje o que eu mais queria: Rever minha mãe rezando Na hora da Ave-Maria… Mãe é aquele amor profundo, Recôndito e singular, Que, às vezes, ri para o mundo Quando quisera chorar. O homem faz, por decretos, Os chefes, os capitães E os estatutos seletos, Mas só Deus constrói as mães. Mãe no mundo, onde estiver, Como for ou com quem for, É amor que se faz mulher, Mulher que se torna amor. Luz que ainda me abençoa, Minha mãe terna e querida, Foi sempre aquela pessoa Que nunca mudou na vida. Mãe que morre!… Noto ao vê-la Alguém vencendo empecilhos Para tornar-se uma estrela Na estrada dos próprios filhos. |