Palavras Sublimes

Capítulo XXV

Soneto mediúnico



No surto louco dos iconoclastas,
Em fúria ignota, homífera, suprema,
Matei em mim as ilusões mais castas
Como se espreme o pus de um apostema.

Andei no mundo arremessando as hastas
De uma idiossincrasia atra e extrema.
Dor que me trouxe as dores mais nefastas,
Minha horrorosa e trágica alçaprema!

Vida de pobre célula tarada,
De uma genealogia envenenada,
Em que acha o “morbus” pábulo profundo,

Só a morte absolveu minha alma escrava,
Morte que, para mim, representava
O espasmo tenesmódico do mundo.






Reformador — 1º de dezembro de 1936.