Repara, agora, a própria sementeira De tudo o que sonhaste e que fizeste. Recompõe, cauteloso, a própria veste E trabalha com Cristo a vida inteira. Roga ao Senhor, sem gritos de canseira, Que mais tempo e mais lágrimas te empreste! Há muito espinho antes do lar celeste E muita dor na luta derradeira…
O sepulcro não passa de oferenda Da verdade cruel que nos desvenda O próprio mundo, refalsado ou santo.
Para quem segue além de mão vazia Converte a morte as dádivas do dia Em noite secular de angústia e pranto. |
Reformador — Dezembro de 1948.
Consta do original a informação de que esse soneto foi psicografado em 1º de novembro de 1948.