Vi rondando longa estrada… Na destra em luz mostrava fina guante E no olhar doloroso e coruscante Trazia o espanto da alma torturada… Vendo-a lúgubre e só, de mim diante, Perguntei-lhe: — “Que fazes, desvairada? Por que semeias cinza, angústia e nada Sob os passos da vida soluçante?”
Contudo, erguendo a voz sinistra e bela, Respondeu: — “Não me acuses! Sou aquela Renovadora mão que tudo invade!
Sem minha férrea luva merencória Ninguém atingiria a própria glória Nos palácios de sol da Eternidade!” |
Reformador — Setembro de 1948.
Consta do original a informação de que esse soneto foi psicografado em 15 de fevereiro de 1948, em Belo Horizonte.