Palavras Sublimes

Capítulo LXI

Ante a guerra



Homem, por mais que a fé ore e conclame
Teu coração à excelsa paz divina,
Buscas, sedento de carnificina,
O moloque da guerra, escuro e infame.


Embora a voz do Mestre te proclame
A lei do amor em bênçãos de doutrina,
Entronizas o braço que assassina
Por milênios de treva e de gravame…


Eis que o monstro de fogo te constringe
A garganta famélica de Esfinge
E as mãos negras e hirsutas de Mavorte!


Caim possesso de sinistros demos,
Ai de ti, que enterraste os dons supremos
Nos abismos tantálicos da morte!





Reformador — Setembro de 1948.

Consta do original a informação de que esse soneto foi psicografado em 1º de junho de 1948, em reunião pública da Casa Espírita em Juiz de Fora, Minas Gerais.