Desde Duque de Caxias, Dona Ofélia estava em pranto, No ônibus de carreira Repleto por todo canto. Junto dela, estava o esposo, O Professor Irineu. Um amigo que se aproxima, Após saudá-los, pergunta: — “O que foi que aconteceu? Dona Ofélia assim chorando?” O professor aclarou: — “Ela chora com razão, O nosso Prata morreu…” — “Qual foi a causa da morte? Disse o amigo tristemente, E o professor respondeu: — “Ele morreu de repente. O outro era o amigo Pedro Que consolou a senhora: — “Não chore assim, Dona Ofélia, Todos nós temos um tempo De partir, em nossa hora… Dona Ofélia, confortada, Chorou mais. Fez um salseiro, Esclarecendo que o morto Fora um nobre companheiro. Pedro afastou-se, buscando Um colega do caminho, E contou-lhe: “Eis que perdemos Um excelente vizinho… O amigo quis a notícia Mais fiel e mais exata. Dona Ofélia era sobrinha Do bilionário João Prata. Logo após, foi a notícia — Manchete esquisita e louca Guardada por muita gente, Entregue, de boca em boca. Quando Irineu e senhora Desceram do coletivo, Pedro estava junto deles, Caminhando de olho vivo. No elegante palacete, Foram os três recebidos, Por Dona Marina Prata Em lágrimas e gemidos. Então é que Pedro soube Que o morto de nome “Prata” Era a joia da família, Um cãozinho “vira-lata”. |