Paz e Renovação

Capítulo XXXVIII

Agradeçamos a Deus



Necessário conservar o coração agradecido a Deus para que as aflições não nos deteriorem os sentimentos.

Para isso, é forçoso procurar o lado melhor das cousas e ocorrências, a outra face das pessoas e circunstâncias.

Em muitos episódios da nossa caminhada na Terra, porque a provação nos visite, afundamo-nos em desânimo, todavia, em nos apercebendo com segurança quanto à significação disso, compreendemos para logo que a provação é alavanca psicológica, sem a qual não solucionaríamos as dificuldades alheias.


Certas afeições, no mundo, nos abandonam em caminho, amarfanhando-nos o Espírito, no entanto, que seria de nós se determinados laços possessivos nos detivessem o coração, indefinidamente?


Empeços materiais persistem conosco, por tempo enorme, contudo, acabamos notando que sem eles, quase sempre, ser-nos-ia impraticável a consolidação do equilíbrio espiritual.


A decepção trazida por um amigo é razão para grande sofrimento, entretanto, a pouco e pouco, reconhecemos que a decepção, no fundo, não existe, de vez que a ruptura de certas relações se traduz por transitório desnível, através do qual se rompem hoje tarefas abraçadas em comum para se refazerem, de futuro, em novas condições de harmonia e de rendimento no bem de todos.


O bisturi do cirurgião é suscetível de inquietar-nos a vida mas retira de nós aquilo que pode induzir-nos à morte prematura.

Saibamos agradecer ao Senhor os dons de que fomos aquinhoados. Dor é aviso, obstáculo é medida de resistência, desilusão é reajuste, contratempo é lição. Se sabemos aceitá-los, transformam-se-nos sempre em dispositivos para a obtenção da felicidade maior. Isso ocorre, porque, na maioria das ocasiões, os desapontamentos nada mais são que oportunidades a fim de que as nossas emoções se façam respostas na órbita de nossos deveres ou para que os nossos raciocínios se recoloquem na direção de Deus.