— Chico, tem aqui uma pergunta de dona Maria Lúcia Silva Guimarães, Av Tucuruvi, 763. Pergunta como se explica o homossexualismo e a perturbação no comportamento sexual, à luz da Doutrina Espírita.
— Temos tido alguns entendimentos com Espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo, como a assexualidade são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá, no futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar do ponto de vista da Ciência todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade. A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores. Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo às condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica. De modo que o assunto merecerá muito estudo. Nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade que precisaríamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco. Vamos dizer: Se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, nos recursos gustativos, nas mãos, na tactividade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés, se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz, em nome de Deus, seria o sexo em suas várias manifestações sentenciado às trevas?
— Dona Hilda Jorrad, da rua Major Diogo, 699, pergunta muito triste. Diz ela: “Perdi um filho há um ano. Choro muito. Quero saber se as minhas lágrimas estão prejudicando meu filho?”
— Quando as lágrimas nascem do nosso reconhecimento a Deus pelos benefícios que recebemos; quando as lágrimas refletem a nossa saudade tocada de esperança, os nossos amigos desencarnados nos dizem que as lágrimas fazem a eles muito bem, porque elas são luzes no caminho daqueles que são lembrados com imenso carinho. Mas quando as nossas lágrimas traduzem revolta de nossa parte diante dos desígnios divinos, que nós não podemos de imediato sondar, quando essas lágrimas retratam rebeldia, essas lágrimas prejudicam os desencarnados. Tanto quanto prejudicam os encarnados também.
— Carlos Alexandre Cavalieri está no auditório. Com base na sua explicação da criação de uma vida em tubo de ensaio pergunta: “
1) Como se daria a ligação pelo Espírito;
2) O novo ser nasceria sem as neuroses provocadas por possíveis desentendimentos entre os pais;
3) Como se manifestaria o amor maternal e filial se ele se inicia normalmente na fase uterina?”
Chico Xavier — Os Espíritos amigos nos dizem que o problema, por exemplo, do complexo de Édipo e as derivações dele que nós chamamos de complexo de Electra, foram inicialmente estudados por Freud e que hoje são desenvolvidos por uma plêiade brilhante de cientistas da psiquiatria e da análise. Esses fenômenos podem ser perfeitamente estudados com muita segurança e com muito êxito à luz da reencarnação. E nós vamos compreender que precisamos hoje da psiquiatria e da análise porque as nossas ligações afetivas na Terra quase até agora têm sido filiadas a um amor muito selvagem. Nós nos queremos uns aos outros dentro, vamos dizer, das peias da consanguinidade ou das peias da afetividade com um espírito de egoísmo que vai ao superlativo da absorção, de modo que a psiquiatria e a análise vão nos ajudar no mundo, em nome da providência divina a nos estudarmos e a estudar esses vínculos para depois voltarmos a esses mesmos vínculos com um amor mais educado. Então se formos dignos de receber o tubo de ensaio como sendo um claustro materno estruturado pela Ciência, vamos esperar que no tubo de ensaio a reencarnação se faça com muito mais facilidade para as garantias de saúde do Espírito reencarnante, porque nós, como Espírito reencarnante na Terra, estaremos libertos de muitos traumas que acontecem em nossa condição de vida embrionária, quando na companhia mais íntima de nossa mãezinha sobre a Terra. Mas, a vinculação do amor não terminará nunca porque o amor é a presença de Deus. O amor continuará a nos unir, uns aos outros, para sempre e nós nos amaremos cada vez mais. Agora, vamos educar o amor porque não temos sabido amar uns aos outros conforme Jesus nos amou. (Jo