(Versos dedicados a conhecida rainha europeia, que tive a felicidade de servir, há menos de quatro séculos, e que reencontrei reencarnada, no clima redentor de um leprosário, em honroso término de provações purificadoras.)
Lembro-te, velha amiga, o cetro de rainha!… Crias dominações por láureas prediletas… Mandas!… No entanto, oh! Deus, daquilo que decretas A penúria se expande e a lágrima caminha!… Deixei-te, há longo tempo, entre as arcas repletas… Hoje, quis reencontrar-te, oh! soberana, minha, E achei-te reencarnada, anônima e sozinha, Num catre de aflição, gemes, sonhas, vegetas… Dos colares e anéis que te enfeitavam tanto, Tens chagas por rubis e pérolas de pranto!… E sofro ao ver-te a lepra em purpúreas verminas… Mas louva, oh! soberana, a angústia transitória!… Pela dor subirás ao reino de outra glória, No teu coche real de açucenas divinas!… |