Poetas Redivivos

Capítulo LXII

Renascença da alma



(Versos de carinho e gratidão a um chefe e amigo de outras reencarnações, que hoje reencontrei, sob o amparo de um manicômio.)


Lembro-te, Soberano, as incursões bizarras…

Ordenas invasões… Feres, vences, dominas!…

Deixas a estrada em fogo, os castelos em ruínas,

Agonia e pavor nas terras onde esbarras!…


Tudo a morte levou… Os troféus e algazarras,

As armas, os brasões e as tropas libertinas…

E encontrei-te, hoje, oh rei!… Clamas e desatinas,

Reencarnado no hospício a que, louco, te agarras…


Dói ver-te inerme, assim, lívido e descomposto

Na laje celular por trono de recosto!…

Mas louva as provações, ditoso por sofrê-las!…


Findo o resgate justo, um dia, tempo afora,

Terás de novo um reino e os amigos de outrora,

Nos impérios do amor, para além das estrelas!…