Quem escreve no mundo É como quem semeia Sobre o solo fecundo… A inteligência brilha sempre cheia De possibilidades infinitas. Planta, Uma ideia qualquer onde te agitas, Semeia essa ideia pecadora ou santa, E vê-la-ás, a todos extensiva, Multiplicar-se milagrosa e viva. Sem tanger as feridas e as arestas, Conduze com cuidado A pena pequenina em que te manifestas! Foge à volúpia das maldades nuas, Não condenes, não firas, não destruas… Porque o verbo falado Muita vez é disperso Pelo vento que flui da Fonte do Universo. Mas a palavra escrita Guarda a força infinita Que traz resposta a toda a sementeira, Em frutos de beleza e de alegria Ou de mágoa sombria, Para os caminhos de uma vida inteira. |