Ao Homem disse, um dia, a Vaidade excitante: — “És o rei da criação! A Terra toda é tua!…” O Orgulho comparece e, presto, continua: — “Ave, senhor da vida, altíssimo gigante!…” Na sombra espessa, em torno, a Descrença acentua: — “Nada existe, afinal, sem teu cetro brilhante…” E a Fortuna declara: “Ordena, comandante! Do meu áureo poder ninguém te destitua…” E o Homem dá-se todo à carreira ilusória, Bradando para os Céus em delírios de glória: — “Deus, se existes, oh! Deus, jamais me sobrelevas!…” Mas a Morte aparece e, num simples segundo, Vê-se triste e sozinho o monarca do mundo Intimado a pensar no silêncio das trevas… |