Poetas Redivivos

Capítulo XCIII

Ante a verdade



Desditoso quem foge ao sol da crença

E à treva da vaidade se confia…

Porque a morte descerra novo dia

Onde a noite da carne se condensa.


Mais quisera servir sem recompensa

Na estamenha do escravo sem valia

Que dominar na estrada escura e fria

Por lodo e sombra ante a verdade imensa…


Todo ouropel terreno se resume

A lanterna de pobre vaga-lume,

Mostrando claridade fementida!…


Só aquele que, humilde, se prosterna

No santo esforço para a Luz Eterna

Sobe à glória dos píncaros da vida…