Tudo sofre na Terra implacável mudança, Pólo a pólo, alma a alma, em ritmo profundo, Mês a mês, dia a dia e segundo a segundo, A vida se refaz, aprimora-se e avança. Reflete no museu onde a História descansa. Bronzes, troféus, brasões, em repouso infecundo, Mostram que a pompa humana é cinza para o mundo Ontem, púrpura e sol; hoje, trapo e lembrança… Força, fama, ilusão, graça, beleza e glória Caem da ostentação da senda transitória Nos arquivos do tempo — o eterno sábio mudo!… Uma riqueza só permanece intocada, A riqueza do bem que esparziste na estrada, Luz a esperar-te além da alteração de tudo. |