“Bate!…” — ordena o senhor, em subido mirante, Ao capataz que espanca o escravo fugitivo “Bate mais!… Bate mais!…” E o mísero cativo Estorcega-se e geme ao látego triunfante. Esse vai, outro vem… A mesma voz troante Ao rebenque feroz… O mesmo olhar altivo!… Cada servo a tombar, padeça, morto vivo, Cada corpo a cair nunca mais se levante!… Morre o senhor, um dia… E, Espírito culpado, Em pranto, roga a Deus lhe corrija o passado… Renasce e serve ao bem, atormentado embora!… Hoje, em leito fidalgo, a dor lhe impede a fala, Sente no peito em fogo o relho da senzala E estorcega-se e geme ao câncer que o devora!… |