Diz-me o corpo, ao findar a jornada terrena: — Deixa-me agora em paz! Não me prendas assim! — Tempo!… Anseio mais tempo — exoro, vendo o fim, Enquanto a morte ausculta a dor que me envenena. Eis que o Tempo perdido, em pranto, surge à cena!… Imploro: “Ah! Tempo amigo, abeira-te de mim, Quero voltar contigo à estrada de onde vim, Para amar e servir, segundo a Lei me ordena!…” Ele, porém, não ouve e afasta-se em surdina… — Vamos! — concita a morte — a luta não termina, Não me atrases mais tempo à força de teus ais!… — Onde o Tempo? — clamei, e a morte me elucida: — Tudo terás de novo, o recomeço, a vida, Mas Tempo gasto em vão, nunca mais! nunca mais!… |