Poetas Redivivos

Capítulo LXXVII

No século XX



Homem, não vale o cérebro vulcâneo

Votado à ciência que te desconforta,

Na vocação para a matéria morta

Que extravasa, terrível, de teu crânio.


Cogumelo que pensa subitâneo

Emparedado em cárcere sem porta,

Se preferes a espada, que te importa

A grandeza dum átomo de urânio?


Foge à extrema penúria, que te aguarda

A inteligência lúbrica e bastarda,

Incauta penetrando abismos tredos…


Não prossigas sem Deus, cindindo os ares!

Ai da Terra infeliz se decifrares

Toda a extensão dos cósmicos segredos!