Praça da Amizade

Capítulo IV

Alegações da fé



A voz de Deus sempre fala

Na Terra e no Céu Infindo;

Tudo se move a escutá-la,

Mas não sei se estás ouvindo…


Confia em Deus, mas não te esqueças de que Deus confia em ti.


No caminho mais agreste,

Na provação mais pungente,

Guarda a certeza inconteste

De que Deus está presente.


A fé que raciocina jamais se esquece de considerar os resultados das próprias ações.


Muita gente se diz presa,

Vivendo de inércia e nada…

E a rosa de mais beleza

Floresce onde está plantada.


Aprende a entesourar confiança, mas não tanto, a ponto de convertê-la em ousadia.


Muito estranho, o irmão Mateus,

Vivia sem compromisso,

Rogava socorro a Deus

Mas nunca aceitou serviço.


A fé que não trabalha é sempre fértil em bons conselhos.


Ao fazer-se experiente,

Cada Espírito é testado,

Lembrando o metal fervente

No cadinho esfogueado.


Quem confia na vitória do bem espera com paciência.


Ante o mundo, face a face,

A fé clama em alta voz:

Se Deus nos desamparasse,

Onde estaríamos nós?


Quem se aplica a vasculhar os defeitos perde a fé nas qualidades.


Fé viva, em cada existência,

Antecede-se ao porvir,

Achando a luz que a ciência

Não pode ainda atingir.


A boa fé, no Plano Físico, nem sempre vem a ser uma fé boa.


Espantado, penso nisto:

Há pecadores no bem

E há muito amigo do Cristo

Que não ajuda a ninguém.


Não adianta guardar a semente sem proveito. Quem confia, ara e semeia, trabalha e cria.


Nunca entendi Léo Armando

Que, no Sítio do Cascalho,

Viveu e morreu rezando,

Mas nada quis com trabalho.


Enquanto a criatura se empenhe a descobrir o mal, não achará em si mesma qualquer lugar para a confiança no bem.


Quando a fé nos elucida,

Iluminando a razão,

A esperança, em nossa vida,

Faz-se divina canção.


Se a estrada te parece escura, confia em Deus e segue adiante, trabalhando e servindo… Para quem age no bem aos outros a luz não tarda.