Mestre Amado e Generoso, Nas bênçãos de Teu Natal, Também nós te recordamos No campo espiritual. E lembramos comovidos, A noite ditosa e bela, Em que surgiste, exaltando A manjedoura singela. Divino Pastor, nascias, Na solidão da pobreza, Santificando a humildade Nas luzes da natureza. E trabalhaste e sofreste Para as vitórias da luz , Desde a esperança do berço Às ironias da cruz. E embora os Teus sacrifícios Na lágrima, no suor, A Terra, Jesus, se veste De angústia, miséria e dor. Volta a nós, Pastor Sublime, Que o redil da humanidade, Se estende aos abismos negros De ignorância e maldade. As tuas ovelhas frágeis Cansadas de sombra e guerra, Atropelam-se assustadas, Ao longo de toda a Terra! As seitas religiosas, Que ensinam a divisão, Fomentam carnificinas, Envenenando a razão. A ciência que extermina Faz do mundo seu vassalo, Enquanto a filosofia Prega o bem sem praticá-lo. Ó Senhor, dá-nos, de novo, Fidelidade ao dever, No dom da simplicidade, No impulso de agradecer. Que em Teu Natal, nós possamos Recordar com mais fervor, Teus exemplos de renúncia E as tuas lições de amor. Concede-nos, Mestre Amigo, Nas lutas de redenção, Nova fé, nova esperança Ao templo do coração. |