Na casa de Calixto reunia-se um grupo de cristãos, no qual se destacava um homem de seus cinquenta anos. Esse homem era Simão Pedro, o apóstolo que ouvia atento, os circunstantes que o aconselhavam no momento difícil.
— O Senhor não pode permanecer aqui, sem perigo grave dizia um amigo… se ficardes para superar as dificuldades, perderemos a sua direção — observava o outro.
Não se pode resistir à pressão ambiente, sem ameaça a nós todos — anotava um terceiro.
— A fuga é imprescindível, considerava um outro companheiro…
Diante desses apelos, Simão enxugava as próprias lágrimas.
Penso em vós todos e especialmente na família obtemperou o apóstolo.
— Tens compromisso com o Mestre.
Um companheiro austero reclamou: Diante do perigo que atravessamos, o senhor não pode oferecer resistência.
Simão Pedro chorava, mas acabou por concordar que era preciso fugir. E naquela mesma noite, depois de onze horas, com providências apressadas, o grupo de três homens deixava a casa de Calixto e se afastaram tomando Via Appia…
A perseguição aos seguidores do Evangelho seguia. A reunião estava sem vários componentes que já tinham sido encaminhados ao sacrifício.
Simão Pedro e os dois companheiros já vinham seguindo quase dez quilômetros. No espaço nuvens enormes quebravam a claridade do luar.
Buscaria o grupo um sítio próximo que se abeirava da povoação de Minturnes.
Os três fugitivos marchavam a passo apressado, quando os três notaram que um homem sozinho vinha pela mesma estrada, em direção contrária.
Simão atento, deslocou-se à busca de contato com o desconhecido. Mas ao observá-lo minuciosamente, anunciou:
— Sem dúvidas é o Mestre…
Adiantou-se o apóstolo e reconhecendo o Cristo, indagou:
— Senhor, onde ides?
E o Mestre, pois era Ele, respondeu:
— Pedro, sigo para Parma, afim de ser crucificado outra vez…
Os três se puseram atônitos, enquanto o apóstolo deu meia volta e gritou:
— Regressemos e aguardemos o sacrifício.
E enquanto o Senhor desaparecia, os três se colocaram em marcha procurando alcançar o ponto de origem. Foi assim que Simão, o apóstolo se entregou ao martírio, ao mesmo tempo que os dois amigos se confiavam ao mesmo destino.
Este episódio foi objeto da descrição de um escritor, amigo de Nosso Senhor Jesus Cristo, assinalado como lenda, no entanto, colocamo-lo em pauta na condição de oferenda aos irmãos aqui reunidos.
E registramo-lo para nosso estudo, anotando para a fé que nos conduz, afirmando que é necessário perseverar na confiança e já que é indispensável sermos fiéis, perseveremos nós para caminhar dia a dia nas sendas de Jesus.
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da noite de 13/02/1999, no Grupo Espírita da Prece — Uberaba — MG)