Basta leve reflexão sobre os processos da Natureza, para que se verifique o valor dos agentes contrários na formação de todos os recursos chamados a servir.
A semente e a terra que a sufoca.
A argila e o fogo.
O minério bruto e o forno de alta tensão.
O martelo e a pedra.
O buril e a obra-prima.
A chama e a vela.
O metal e o cadinho.
O grão e o triturador.
O bisturi e a cirurgia.
Na experiência humana, por agora, são muito raras as pessoas que se empenham a reconhecer a importância dos agentes contrários na renovação e na melhoria de si mesmas.
Os companheiros que se fazem instrumentos de malícia ou de inveja, de escárnio e perseguição, constituem testes que nos inclinam à compreensão e ao amor, ao olvido de todo mal e à aquisição de mais luz.
Num Plano de imperfeições, qual o nosso, todos somos lições de uns para os outros.
Aconselhou-nos Jesus: “amai aos vossos inimigos”. (Mt
Isso não quer dizer que eles, de imediato, se farão capazes de amar-nos; entretanto, mediante a nossa atitude construtiva, auxiliando a eles com serenidade e paciência, eles igualmente se reconhecerão beneficiados por nossos gestos de entendimento, desde que lhes saibamos aceitar os desafios sem azedume e agradecer-lhes o bem que nos façam, caminhando para diante no dever a cumprir.