No santuário do Cristo, Tendo o sol por luz acesa, O culto foi sempre o amor, O altar foi a Natureza. Jesus, superando crises, No amor que jamais se engana, Colocou os infelizes Na grande família humana. Das notas que tenho visto, Esta não sai da lembrança: Quem anda com Jesus Cristo Não segue sem esperança. O Testamento de Amor Que Deus nos fez por Jesus Para ninguém se lhe opor Foi assinado na cruz. Verdade — luz em ação Traz o fulgor de uma estrela, Mas, perante a multidão, O Cristo não quis dize-la. Dos prodígios de Jesus Eis a mais alta façanha: — Unir as nações da Terra Pelo Sermão da Montanha. O Natal, no mundo inteiro, Será festa sem pesar Quando os perus no terreiro Também puderem louvar. Se o samba não fosse lindo, Guardando o amor por troféu, Jesus não teria vindo Com serenata no Céu. Ordem de Cristo, na essência, Que o homem não desarruma: Sem perdão e paciência, Não se obtém paz alguma. Tocando o ensino de Paulo, Achei esta luz sem fim: — “Não sou eu hoje quem vive, É o Cristo que vive em mim.” (Gl Tempo é um tronco de trabalho Que Deus nos põe ao dispor; Cada tempo tem um nome, Natal é o tempo de flor. O Cristo Ressuscitado Consagrou a Lei do Bem, Não mergulhou no passado, Nem se queixou de ninguém. Muda-se o mundo, a contento, Nas leis, no solo, no mar… Mas Jesus é o fundamento Que não se pode mudar. Na bela dupla de estrelas Em que o Natal se anuncia, Precedendo a de Belém, A primeira foi Maria. Jesus, ante a Humanidade, Mesmo perante os ateus, Ensinou que Caridade É o nome oculto de Deus. |