Registros Imortais

Capítulo XLIV

Em prece com os sofredores



44ª reunião | 29 de agosto de 1957


: Ênio Santos, Elza Vieira, Geni Pena 10avier, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Edite Malaquias 10avier, Zínia Orsine Pereira, Francisco Teixeira de Carvalho, e Waldemar Silva


Senhor Jesus, junto daqueles que te louvam a bondade com alegria, estamos nós, os que te suplicamos compaixão com o sofrimento!

Ao pé dos Espíritos redivivos que te recordam, ajoelhamo-nos nós, os mortos vivos que te esqueceram…

Isso, Senhor, porque nós sabemos que te desvencilhaste dos cânticos celestiais em te glorificavam na manjedoura, colocando-te ao encontro das almas cadaverizadas na enfermidade e no crime. Tu, Mestre divino, que dissipaste a sombra do cego de Jericó, que devolveste o movimento ao paralítico do tanque de Betesda, e que ressuscitaste o Lázaro sepulto, compadece-te também de nossas almas empedernidas e soterradas nas ruínas dos próprios sonhos! Somos muitos, Senhor, os que nesta noite te rogamos a esmola de socorro e comiseração, somos muitos os que ostentamos, por nossa infelicidade, o cárcere talhado por nós mesmos!…

Todos, Senhor, trazemos a grilheta de nossas próprias culpas! Os que assassinaram trazem consigo correntes de sangue, os que espalharam a desolação trazem correntes de lágrimas, os que furtaram estão aprisionados a correntes de outro e os que mergulharam no vício trazem consigo dolorosas correntes de lama, as que lhes entenebrecem as consciências!…

Oh, Senhor, tantos te rogam ascensão ao Céu! Nós te imploramos o recomeço na carne! Tantos te pedem a saúde!… Nós te suplicamos a doença! Tantos te solicitam o convívio dos laços domésticos no templo familiar!… Nós te rogamos o banimento e a solidão!… Tantos te pedem o equilíbrio e a beleza!… Nós te suplicamos a mutilação e a chaga redentora! Entretanto, Senhor, com a cruz que nós mesmos talhamos, suspiramos por tua bênção para a regeneração de que carecemos!…

Cristo, que abriste os braços no berço de palha aos pastores humildes, que abriste os braços aos doutores de Jerusalém e aos enfermos da via pública, que abriste os braços a todos os sofredores, preferiste morrer de braços abertos, braços abertos aos quais nós todos recorremos!…

Senhor, concede-nos um novo dia de trabalho e de reajustamento na Terra!

Disseste, ó Cristo inolvidável: “Bem-aventurados os aflitos…” (Mt 5:5) Que nós, Senhor, pela misericórdia de tua justiça, possamos recolher em nós mesmos a aflição curativa, a fim de que possamos encontrar, contigo, a aflição como preço de nossa ascensão à tua luz.

Louvado sejas para sempre, Senhor!




Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.