Relicário de Luz

Capítulo LXXXIV

De irmão para irmão



No caminho que a treva encheu de horrores.

Passa a turba infeliz, exausta e cega.

— É a humanidade que se desagrega

No apodrecido ergástulo das dores!


Ouvem-se risos escarnecedores…

É Caim que, de novo, se renega,

Transborda o mar de pranto onde navega

A esperança dos seres sofredores!


É nesse abismo de miséria e ruínas,

Que estenderás, amigo, as mãos divinas,

Como estrelas brilhando sobre as cruzes.


Vai, Cirineu da luz que santifica,

Que o Senhor abençoa e multiplica

O pão da caridade que produzes.