Poderás, em verdade, Exercer facilmente O nobre auxílio aos outros. Não te custa sorrir Para os filhos da dor Que choram desolados Quando brilha a alegria No caminho em que avanças. Não te pesa entregar A quem sofre com fome Quanto te sobra à mesa Na graça da abastança. Não te pesa o consolo Quando a calma te ajuda, Nem te fere amparar A quem geme na sombra Quando há sol em teu peito, Sob as bênçãos do céu… Mas o auxílio a ti mesmo Nas chagas da amargura, Pelo santo remédio Da humildade e da paz, É sempre o sacrifício E a renúncia em ação. Se desejas, portanto, Redimir a ti próprio, Se procuras, na vida, O socorro a ti mesmo, Aprende a caminhar Sob a cruz do dever, Aceitando na dor O bálsamo divino… Se pretendes subir Ao calvário da glória, Procurando com Cristo A Eterna redenção, Recebe em cada golpe Da jornada terrestre, O generoso impulso Da vida que te eleva Dos abismos da treva Aos píncaros da luz. |