Há expressivos depósitos de ouro nas organizações bancárias de todos os povos; e as nações continuam gemendo sob o guante da guerra.
Há toneladas de ouro no corpo ciclópico da Terra; e, na crosta planetária, há quem chore nos braços constringentes da enfermidade e da fome.
Há imensa quantidade de ouro no seio do oceano; e a dor abarca todos os continentes.
Há ouro nas casas nobres; e os pequenos castelos, da ilusória felicidade humana, padecem o assalto de extremas desilusões.
Há ouro nos templos de pedra; e os crentes da fé religiosa permanecem famintos de paz e consolação.
Há ouro na indumentária de sacerdotes e magistrados, de homens poderosos e de mulheres felizes; entretanto, os museus gelados aguardam essas peças preciosas que se movimentam no rumo do silêncio e da morte.
Acima do ouro, porém, reina o amor no coração humano;
amor que sorri para os infortunados e lhes renova o bom ânimo;
que trabalha para o bem comum e preserva os tesouros da vida;
que se sacrifica e acende imperecível claridade para séculos inteiros;
que se gasta, em serviço aos semelhantes, sem jamais consumir-se…
Não esperes, assim, pelo ouro para fazer o bem. Desenterra o talento do amor que jaz oculto em teu peito e tua existência brilhará, para os homens, por abençoado sol de alegria e esperança.
Jesus não possuía uma caixa forte para exibir virtude, segurança e poder; mas, alçando o próprio coração na cruz, em nome do amor, converteu-se na eterna mensagem de luz que redimirá o mundo inteiro.