Relicário de Luz

Capítulo LX

Sempre Caim



Sempre Caim, de punhos intranquilos

Que as angústias da Terra não consomem,

Eternizando, para a perda do homem,

A geração dos homens crocodilos.


Não basta o estranho assédio dos bacilos,

Microscópicas feras que o carcomem,

Nem vale a insaciedade do abdomem,

Que nivela filósofos e esquilos.


Todo o século vinte foge, aos berros,

Da besta humana que se junge aos ferros

Da horrenda montaria de Mavorte.


E eis que o homem do rádio morre à mingua,

Para acordar sem luz, sem mãos, sem língua,

Em tenebrosos círculos da morte!…