Não censures.
Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.
O cirurgião ampara o corpo enfermo, empregando atenção e carinho, com bisturis adequados.
O artista afeiçoa a pedra ao próprio sonho, aformoseando-lhe a estrutura com paciência e vagar.
Ninguém desfaz a treva sem luz.
E reconhecendo-se que a luz nasce da força que se desgasta, em louvor da cooperação e do benefício, o amor procede do coração que se entrega ao trabalho para compreender e auxiliar.
Quando estiveres a ponto de desanimar ante os empeços do mundo, de espírito inclinado à acusação e à amargura, lembra-te de Deus cuja presença fulge nas faixas mais simples da Natureza.
A Divina Sabedoria apoia a semente para que a semente germine, propiciando-lhe recursos imprescindíveis à existência; nutre-lhe os rebentos, doando-lhes condições precisas para que se desenvolvam, e, convertida a planta em árvore benfeitora, assegura-lhe a seiva e aguarda-lhe ocasião justa para a colheita dos frutos de que enriquecerá o celeiro.
Em toda a parte da Terra, surpreendemos a esperança de Deus, em função ativa, seja na pedra que se erguerá em utilidade, no carvão que se fará diamante, no espinheiral que se metamorfoseará em ninho de flores, na gleba inculta que se transfigurará em jardim.
Deus opera com tempo igual para todos. E a própria Sabedoria Divina nos auxilia a todos indistintamente, agindo, criando, renovando e sublimando com apoio nas horas; sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.