(O Evangelho )
Em matéria de tribulações, será justo salientar a taxa de sombra que comumente adicionamos à carga de provas salvadoras e regenerativas que, para nosso próprio benefício, a vida nos deu a carregar.
A rebeldia é sempre condição negativa, e, em se manifestando conosco, na forma de inquietação desnecessária, é dos piores corrosivos da alma, frustrando-nos recursos de realização e oportunidade, serviço e tempo.
Referimo-nos, sobretudo, ao sofrimento criado por nossas próprias atitudes de não aceitação diante da vida.
Reflitamos nisso, podando as aflições que se nos amontoam em torno das dificuldades naturais.
Teremos renascido na Terra com determinado problema físico ou psicológico…
Se o admitimos por lição amiga ou controle edificante, para logo se transforma em bênção de auxílio, ao invés de persistir conosco por empeço a complicar.
Provavelmente no mundo teremos recebido parentes difíceis…
Se os abraçamos à conta de companheiros destinados a experimentar-nos a paciência e a ternura, para breve se transfiguram em tesouros de sentimento.
Sofremos doenças…
Se as acolhemos por ensinamentos justos da vida, elas se transfiguram em cursos de educação.
Estaremos faceando rude fracasso…
Se nos dispomos a vará-lo, com entendimento e coragem, ei-lo que se nos faz alavanca de apoio para os caminhos de êxito e segurança.
Achar-nos-emos nos obstáculos da madureza extrema do plano material…
Se aceitamos o desgaste orgânico, sem deixar o trabalho que se nos faça possível, na seara do bem, a mais avançada senectude ser-nos-á período precioso de meditação e ajuste espiritual.
Quando a provação nos visite — lição preciosa e natural na escola da Vida —, aceitemos o que sejamos e sirvamos com tudo aquilo de que possamos dispor, a benefício do próximo, com serenidade e compreensão, e estaremos livres da taxa de desespero que, em qualquer sofrimento, é sofrimento muito maior.