Roseiral de Luz

Roseiral de luz



A poesia é um idioma diferente dentro do idioma e a trova é uma poesia diferente dentro da poesia. — Emmanuel ()


Não podia ser outro o título desta utilíssima obra que a Espiritualidade nos oferece, através dos recursos mediúnicos do querido médium Francisco Cândido Xavier.

Os versos, as estrofes, os temas enfocados exalam, realmente, o suave e inefável perfume das rosas.

Rosas lindas, rosas divinas, de todos os matizes, que enfeitam a Natureza e alegram as almas sensíveis.

A poesia será sempre uma das mais belas e autênticas manifestações do espírito humano, desde que o seu conteúdo revele elevação e sentimento e a sua forma não fira a beleza e a harmonia do soneto, do poema, da trova.

Shakespeare, o notável poeta inglês, proclama a excelência da poesia que vem de Deus: “A força da poesia inspirada pelos céus é grande”.

Poetas de todo o mundo e de todos os tempos têm-na convertido em instrumento de construção do mundo do encantamento.

Viasa e Tagore, na Índia.

Homero, na Grécia.

Horácio e Virgílio, na Roma antiga.

Vitor Hugo, na França.

Goethe, na Alemanha.

Antero de Quental e Guerra Junqueiro, em Portugal.

Longfellow, na América do Norte.

Bilac e Catulo, Castro Alves e Gonçalves Dias, Hermes Fontes e Bittencourt Sampaio, no Brasil.


Em “Roseiral de Luz”, trovadores que já adentraram, pela desencarnação, o Mundo da Verdade, cujos pórticos os ensinos espíritas entreabriram, fazem da rima e da métrica, do talento e da inspiração, veículo luminoso transmitindo advertências e diretrizes emolduradas por uma graça e leveza que encantam: pelos conceitos chistosos, que nos reajustam o pensamento e as emoções e nos corrigem impulsos e tendências; pelo suave realismo que nos retifica atitudes e inclinações; pelo conteúdo, afinal, que nos apropria a postura cotidiana aos parâmetros eternos da lei da evolução.

Assuntos vitais à felicidade humana recebem, desses queridos menestréis do Além, observações que estereotipam, na cadência dos versos e no aprumo das estrofes, orientação que assegura paz de consciência, tranquilidade íntima.

A reflexão em torno das trovas de “Roseiral de Luz” — Inspiradas pelos céus —, torna-nos, em verdade, devedores desses Amigos do Plano Maior que nos identificam as dificuldades, fixando-nos generosas e lúcidas alertivas em harmonia com a sublimidade do Evangelho de Jesus e a excelsitude da Doutrina Espírita.

Alguns desses trovadores nos foram conhecidos, pessoalmente, ou pelas suas consagradas presenças nos compêndios literários; a maioria, cujos nomes aparecem menos nas antologias poéticas, torna-se, agora, com o “Roseiral de Luz”, credora de nosso carinho, admiração e reconhecimento.

Todos nós, os encarnados, identificamos, claramente, nas trovas psicográficas deste livro, ricamente diversificadas em sua temática, o apontamento oportuno, atinente ao dia a dia da existência.

Cada verso é uma rosa.

Cada estrofe, um canteiro exalando o olor das essências espirituais.

Os canteiros formam um roseiral florido, onde a realidade substitui sonhos, ilusões, fantasias…

O doce perfume destas rosas de luz, orvalhadas de amor, rescenderá dentro de nós, sugerindo-nos compreensão e induzindo-nos à responsabilidade diante da vida.

Para esses benfeitores que alegram ensinando; que distraem, fecundando as sementes da renovação; que elucidam, no recado fraterno; que afagam e sorriem, fazendo-nos sorrir, mas advertindo-nos em nome de nossa própria paz; que acariciam, educando…

Para todos eles, nesta singela página de apresentação de “Roseiral de Luz”, o tributo de nosso reconhecimento, rogando ao Divino Mestre os ampare, agora e sempre, abençoando-lhes o generoso esforço.



Belo Horizonte, 5 de outubro de 1987.