Dos homens, noto o caráter, Da vida, prefiro a infância, Da mulher, busco o recato, Da paixão quero distância. Sabiá perdido, ao longe, Quando pia, pia fino; A pessoa apaixonada Vive sempre sem destino. Paixão que joga em dois bicos — Trio em que um pede dois, — Começa na brincadeira, Sofrimento vem depois. Quem padece por amor De tudo sofre na vida, A pessoa apaixonada Pelo olhar é conhecida. Dizendo-se apaixonado, Joaquim desposou Bebela; Depois, mostrou-se gamado Na fortuna que era dela. Foi uma paixão ardente A de Antônio por Flora, Mas a jovem ficou cega… A paixão sumiu na hora. Que saiba quem não conhece!… Paixão de amor é assim: Eu não sei viver sem ela E ela não vive sem mim. A paixão quando aparece Coloca a mente insegura Numa febre prolongada… Só casamento é que cura. Chamaram-me obsessor, Mandaram-me trabalhar, Mas a paixão é o serviço Mais triste de carregar. Paixão recorda o cascalho Atirado no monturo Que, depois de lapidado, É o brilhante do amor puro. |
(Trovas recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece, em reunião pública da noite de 18 de agosto de 1985, em Uberaba, Minas).