Em se falando de amor, Lembra a dura indiferença, Quando a treva se condensa Nas forças da negação; Recorda a porta fechada, O desprezo, a zombaria De quem atravessa o dia Com trancas no coração. Por quem és, alma querida, Foge à sombra que enregela, Esparze a luz clara e bela Que em ti seja paz e amor… Tão curta é a vida na Terra, Viajas no mundo apenas, Semeia os dons que armazenas E ampara seja a quem for. Olvida mágoas e afrontas, A quem te fira, perdoa… Compadece-te e abençoa Mesmo se alguém te maldiz; De todas as criaturas, Aquela que mais condena , É a que merece mais pena Por ser a mais infeliz. Há muito pesar no mundo, Ânsia das horas perdidas, Solidão de muitas vidas Que tanta angústia contêm!… Alma boa que me escutas, Na fé que jamais se cansa, Sê a bênção da esperança E a chama viva do bem!… |