Será sempre assim na Terra, Mesmo que a Terra desabe: A inteligência é que julga, O coração é que sabe. Conserva o discernimento, Ante as usanças em voga; A água que lava um homem É da mesma que o afoga. Notando os irmãos que caem, Não lhes perguntes porquê; Só reprova os semelhantes Aquele que não se vê. A pureza clara e boa É aquela da intrepidez Que entende e ama a pessoa Assim como Deus a fez. A pureza sem disfarce, No seu mais alto conceito, É a que procura humilhar-se Para que o bem seja feito. Quem diz que a vida é tragédia Contemple o nascer do dia… O sol dourado no Azul É uma festa de Alegria Golpes e ofensas? Olvida A mágoa em que te sublevas; A bênção da tolerância É a força que vence as trevas. Caso triste que segui Foi o de Clara Belém; Era tão simples, tão simples Que não viveu com ninguém. Brandura, em alto sentido, Tem esta definição: É silêncio no alarido E calma na agitação. O Tempo é um computador Sem passado e sem porvir, Só nos registra as ações E põe-se a retribuir. Humildade — amor ardente, Auxílio, perdão e prece, Onde ela está realmente, Está, mas não aparece. Homens puros!… Sempre os via… E sei que não sou dos tais, Porque a gente desconfia Quando a pureza é demais. Felicidade? Encontrei-a Ao fim de muitos caminhos, Era uma nesga de praia Repleta de passarinhos. Existe uma Lei Divina Que não se deve esquecer: Seguir quem serve na vida Além do próprio dever. |