Há muitas vozes no mundo. Vozes de falso prazer, De azedume e desalento Que mandam esmorecer; Vozes de injúria e sarcasmo Que se perdem no zum-zum, De cólera e zombaria Que afligem a qualquer um; Vozes de ódio e frieza, De revolta e teimosia, Nas quais, por vez sem conta, Eis que o pior principia. Vozes de sombra e rudeza, De pedradas a granel, Que caem sobre a pessoa, Lembrando calhaus de fel. Vozes de mágoa ou de queixa, Sempre que há zebra na estrada; Vozes de fogo e trovão Formando a barra pesada; Mas todas passam por nós, Fazendo barulho em vão, Se temos a voz de Cristo Por dentro do coração. |