14/12/1946
De minha casa de barro, Cheia de paz e de amor, Eu venho saudar convosco, Nosso antigo benfeitor. Trago os filhotes comigo, Em trajes de festival, Compartilhando a alegria De um natalício imortal. Vimos do abrigo amoroso, Dos cimos da prateleira, Entramos pela janela Num galho de trepadeira. Como esquecer a voz terna Repassada de carinho, Que conversava conosco Na solidão do caminho? Como olvidar a mão clara, Que tudo faria certo, Quando vinha docemente Encorajar-nos de perto? Grande amigo! Muitas vezes, Deixava o salão dourado Para buscar-me o lar rude, Pobrezinho, desprezado. Por que fôssemos humildes, Trabalhando em terra escura, Nunca deixou de tratar-nos Com carinho, com ternura. Pobre operário que eu sou, Falava-me ao coração, Ensinava meus filhinhos A terem educação. Chamado às honras do mundo E às ambições da riqueza, Preferiu viver conosco Na sombra e na singeleza!… Espalhava em nossa casa As bênçãos e os dons divinos. Sabia exaltar no mundo A glória dos pequeninos! Professor, recebe agora Nossa eterna gratidão! Que um passarinho também Tem alma, tem coração! |
Nota da organizadora: natural de Vassouras | RJ, figura entre os poetas cujos poemas integram o livro Parnaso de Além-túmulo, psicografado por Chico Xavier, desde a primeira edição (FEB, 1932). Para maiores dados biográficos, sugerimos a leitura de Sementeira de luz (VINHA DE LUZ, 3ª ed., 2
008) [Constante do livro (VINHA DE LUZ) Vide também outra homenagem de Casimiro Cunha ao Prof. A. Joviano: ]