01/01/1947
Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, junto aos nossos dedicados amigos presentes, conferindo-lhes saúde e paz, alegria e bom-ânimo.
de 1947, em nome de muitos amigos nossos, rendo graças ao eterno Senhor pelas dádivas recebidas, pelos dons e oportunidades que desceram de Mais Alto para os nossos corações. Louvado seja o Senhor pelas horas de trabalho com que nos enriqueceu as mãos, pelas bênçãos de espiritualidade com que Se manifestou no santuário de nossos corações, pela clareza concedida por Ele aos nossos raciocínios, pelo equilíbrio que, por misericórdia, nos assinalou os sentimentos, pelos roteiros abençoados de serviço no bem que nos traçou os passos, no ciclo de tempo ontem encerrado. É sempre útil examinar o passado para agradecer Àquele que nos deu os sagrados dons da vida. E à frente do futuro, roguemos a continuidade da proteção divina. Tudo depende do Altíssimo. Nada de bom ou de belo penetrará nossas vidas sem a Sua divina luz. Podemos arquitetar o destino, traçar nossos próprios mapas diante da jornada humana, entretanto, somente na posição de filhos cooperadores do eterno Pai conseguiremos atingir os cumes elevados alusivos à nossa gloriosa destinação.
O tempo, com saúde e tranquilidade relativas, constitui dádiva do Céu. À força de recebê-la diariamente, nem sempre valorizamos a oferta sublime com o entendimento desejável. Mas chegará sempre o dia em que cantaremos hosanas de júbilo pelas horas consagradas à nossa própria edificação. Vocês todos são felizes em razão da possibilidade de compreenderem semelhante graça, desde agora, entretanto, supliquemos a Deus mais visão! Que nossos “olhos interiores” permaneçam dilatados, a fim de que a torrente de benefícios do Alto não passem despercebidas à nossa observação. O vale em que nos movimentamos está cheio de ecos estranhos, de sombras que invadem o campo visual, impedindo a penetração dos divinos raios da Esfera Superior, mas a alma acordada para o amor paternal de Deus saberá sempre distinguir a claridade soberana de Sua sabedoria e misericórdia.
Exaltemos, pois, a magnanimidade do Senhor e agradeçamos o minuto, a hora, o dia, a semana, o mês, dentro dos quais tantas realizações para o bem se tornaram possíveis ao nosso espírito. E sabendo que os celeiros celestiais se caracterizam por infinitas reservas marchemos para a frente, cônscios da felicidade presente para que a mesma se intensifique no porvir.
Abrindo, portanto, as nossas orações de 1947, desejo-lhes muita paz com o dever bem cumprido, muita luz com a vitória legítima do coração sobre as sombras do mundo, muita saúde do corpo com harmonia da alma, imensas felicidades na senda de cada dia, como fontes vivas de felicidade para os que permanecem junto de vocês. As “Boas Festas” que desejamos ao coração de vocês todos se referem à eternidade da vida, à grandeza do espírito, à confiança suprema nos divinos valores do Universo. E como ninguém pode encontrar a riqueza de um século sem atender às experiências elevadas que cada ano oferece ao coração esperamos que prossigam nas construções superiores de sempre, edificados dia a dia, nas obrigações com que foram honrados pelo Poder Celestial. Que o Pai nos ajude, auxilie, esclareça e ilumine a todos.
Estive com você, Rômulo, em todas as suas medidas últimas, referentes à “nossa batalha”. Tenho a satisfação de registrar que de sua parte tudo foi providenciado, tanto quanto de nosso setor. Aqui mobilizei todos os amigos suscetíveis de prestarem cooperação no seu caso e, com prazer, encontrei todas as portas favoráveis. Não faltaram particularidades, não esquecemos ângulo algum. Assim, meus filhos, estamos diante do decreto divino. Digne-se a vontade do Senhor satisfazer o nosso pedido. Fazemo-lo invocando a justiça devida ao seu esforço e contamos com o amparo necessário para que essa justiça se cumpra. Quanto estiver ao alcance de vocês, acompanhem o assunto, como se deve seguir uma embarcação de conteúdo delicado e em perigo até o porto de destino. De nossa parte, estaremos a postos.
Agradeço à Maria o vivo interesse que o seu abnegado coração tem posto no problema. O amor fiel não descansa. E exprimo sincera gratidão ao nosso caro amigo General Aurélio pelos valiosos bons ofícios que interpôs a benefício de nossa causa. Sigamos com a fé viva em Deus e gratos a todos os que, direta e indiretamente, têm cooperado e vêm contribuindo em favor de nossas justas realizações. De meu coração, devo dizer que trago a melhor expectativa. Desse modo, trabalhemos ainda e esperemos. Trago à Wanda e ao Roberto o meu grande abraço de avô pela passagem do Ano Novo. Ainda não assinalei, com palavras escritas, o júbilo que o Roberto nos proporcionou a todos. Entretanto, na primeira oportunidade, escreverei a ele a minha carta amiga de felicitações.
Nossos amigos espirituais aqui presentes expressam-lhe, por meu intermédio, sinceros votos de saúde e felicidade, luz e paz, em todo o transcurso de 1947. E reiterando a todos vocês os meus bons desejos, solicitando a Jesus lhes enriqueça o caminho de bênçãos, abraça-os, com extremado afeto e grande reconhecimento, o papai saudoso e amigo muito grato de sempre,