Sementeira de Paz

Capítulo LXVII

Novamente no lar



31/12/1947


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita saúde, paz e bom-ânimo.

, felicito-lhes pelos sucessos da viagem. Colhemos valiosas experiências. Conquistamos conhecimentos preciosos. Possibilitou a jornada maior intercâmbio espiritual para nós e intensificação da troca mental significa campo mais vasto para a evolução e para o serviço redentor.

De tudo o que nos foi possível conhecer, avaliar, analisar, penetrar, só o tempo conseguirá habilitar-nos para a justa apreciação. Creiam que aprendi igualmente muito. Não perdemos, na condição de desencarnados, o imperativo de aprendizado maior. Cada povo, cada região, possui características próprias e valores específicos, cujo patrimônio não herdaremos sem esforço e trabalho. Nas condições em que me encontro, tenho, na realidade, estudado outros círculos e outras nações, mas confesso que foi muito agradável segui-los na viagem proveitosa e feliz para nós todos, desde as impressões do avião simbolizando a “casa transitória” das descrições de André Luiz, até as impressões graves que a vida norte-americana nos sugere.

Vocês ficaram aprendendo um tanto do “valor vibracional” nos voos mesmo terrestres e verificaram que o serviço foi sempre mais agradável à medida que se acentuava a cordialidade no grupo. Se conseguissem um núcleo de perfeito entendimento, não só quanto à delicadeza social, mas também com respeito à oração, observariam com que segurança e alegria superior se efetuariam todos os trabalhos da travessia aérea. Graças a Deus, tudo decorreu na esfera do auxílio mútuo, da simpatia fraternal, e bendizemos o regresso de vocês ao santuário doméstico para o nascimento do Ano Novo. Minhas impressões são quase a cópia das que trouxeram. Visitamos um “colosso do mundo”, entretanto, não obstante as expressões respeitáveis que lhe assinalam o poderio, apesar da riqueza econômica que lhe caracteriza o esforço das comunidades operosas e progressistas, imenso serviço renovador lhe revolverá as entranhas. Não que haja sombras condenáveis na maioria das diretrizes que adota, mas pelos impositivos do progresso espiritual inelutável.

Uma árvore rica e venturosa se cobrirá de flores alegres e promissoras, abrigará muitos ninhos, aproveitará muitas bênçãos da fonte, todavia, o seu destino é frutificar para o bem coletivo. O povo norte-americano, em verdade, prima pela operosidade, pela cooperação, pelo aproveitamento dos recursos que as mãos do Senhor lhe conferem, contudo, no capítulo da espiritualidade humana, santificante, universalista, ainda será chamado a maiores contribuições. E acreditem que o índice de loucura nos círculos da nacionalidade constitui necessidade de Cristianismo sentido, aplicado e vivido para a comunhão das mentes individuais. A coletividade, em si e por si, na expressão terrestre, está satisfeita e farta, vivendo período extraordinário de desenvolvimento no espírito sadio da concorrência e do estímulo, mas, em sobrevindo a ausência de possibilidades para essa luta “pró-conforto próprio”, o pensamento se desarvora sem abrigo.

O raciocínio está amparado na livre procura de vantagens imediatas e as necessidades primárias do corpo se encontram tão maravilhosamente resolvidas quanto talvez em nenhuma outra parte da Terra, entretanto, o alimento mental é insuficiente. Temos à nossa frente um “verdadeiro mundo” dentro do mundo, no entanto, a vida é juvenil, não obstante, bela e venerável quão sublime foi em sua significação humana a de outras civilizações gloriosas substituídas no curso do tempo. Rendamos graças ao Todo-Poderoso pelas bênçãos recolhidas e valorizemos com o trabalho robusto as preciosidades que possuímos.

Estamos à frente do futuro como nos achamos hoje perante um novo ano. Esqueçamos um pouco a jornada e passemos ao abraço de “Boas Festas”. Recebam os meus votos de muita paz e bem-estar para o novo período de 366 dias de abençoadas lutas.

Rômulo, meus “parabéns” pela saúde física melhorada. Os dias da planície e do mar lhe renovaram as energias completamente! Nesse setor, você foi o mais fortemente aquinhoado de benefícios. Felizmente. Precisávamos dessa troca de ambiente, clima e luta por algumas semanas. Espero que, de volta à casa, todos recebam de Jesus as dádivas de seu amor infinito e providencial.

Maria, cumprimento-a junto do Rômulo pela passagem do 27. Agora, aproximamo-nos das suas bodas de prata, que desejo de plena luz, hoje e sempre.

Ao Roberto e Wanda, os meus afetos de todos os dias e desejando-lhes a todos um 1948 cheio de felicidade cristã, com muita saúde e muita tranquilidade, reúne-os num só abraço o papai muito amigo de sempre,




Nota da organizadora: Rômulo fez a seguinte observação a respeito desta mensagem: “Em 1963, em 22 de novembro, ocorreu o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy. Em 1947, na mensagem de 31 de dezembro, portanto, 76 anos antes, o Professor Arthur Joviano usou as seguintes palavras com referência à vida norte-americana: E acreditem que o índice de loucura nos círculos da nacionalidade constitui necessidade de Cristianismo sentido, aplicado e vivido para a comunhão das mentes individuais.”