12/08/1948
Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz aos corações.
Reportamo-nos hoje à distribuídos nos setores da língua portuguesa para rogar a Jesus, muito particularmente, os fortaleça e abençoe.
De quando em quando, faz bem ao viajor afastar-se da canícula, recolhendo-se, em meditação repousante, sob a frondosa árvore da eternidade. Nessas reflexões, observamos que os séculos são dias apressados. Parece-nos então que a existência humana em si não passa de curto período que se reserva à aprendizagem. E o tempo, com a graça do Senhor, na atualidade, encontrou em vocês a sagrada disposição de idealizar e cooperar, trabalhar e servir. Creiam que cada livro penetrando um lar tem elevada e nobre missão a cumprir. No Cristianismo, a catequese individual e a nossa iluminação isolada representam imperativos fundamentais e não é fácil ajustar as peças de um maquinismo produtivo na ordem espiritual. Nesse capítulo, é indispensável que cada peça permaneça consciente e segura em seu próprio lugar. Inúmeras tarefas projetadas no plano superior falham pela deficiência de execução. Um braço não funciona sem cabeça. Uma cabeça não concretiza, na Terra, por enquanto, os seus pensamentos sem o braço. E pela inconformação dos servidores do idealismo superior, na extensão dos benefícios que lhe dizem respeito, a obra do bem sofre retardamentos prejudiciais.
É muito difícil produzir o que é útil a todos num campo em que o trabalho e a disciplina sejam menosprezados. Agora, que trabalhamos no “acréscimo de misericórdia”, que desfrutamos de “créditos extraordinários” da providência divina, podemos consagrar alguns minutos ao louvor ao Mestre pelas muitas bênçãos recebidas. Converteu-se a dívida em alegria. Dores do passado transformaram-se em júbilos santos. Prerrogativas delituosas metamorfosearam-se em serviço aos semelhantes e, com o amparo “de Cima”, os horizontes pretéritos abrem agora aos nossos olhos caminhos resplandecentes de esperança. O Evangelho é hoje a nossa bússola, mas por adquiri-la, compreendê-la e amá-la foram necessários mais de dez anos de preces e entendimentos em torno do Cristo. Nossos corações, presentemente, não mais padecem fome. E o trabalho que nos onerava o espírito, perante a multidão, transubstanciou-se em prazer de servir livremente. O espírito de serviço é a lei áurea do Universo. Trabalhando por devotamento à felicidade alheia, termina toda a servidão que nos algeme às zonas inferiores da vida. Por onde formos, onde estivermos, nunca esqueceremos o sítio amado em que nos votamos ao amor do Senhor e da humanidade. Aprendemos à sombra destas árvores e sob a luz destas estrelas brilhantes para a vida eterna, muito mais e muito mais valiosamente que em vários decênios, para não dizer séculos, através de universidades e agrupamentos famosos. Uma cidade é sempre roupagem do pensamento e por muitas delas, faustosas e soberbas, peregrinamos. Todavia, mais tarde, quando vocês partilharem comigo as visões da vida sublimada, abençoarão todos os minutos que vivemos neste reino de paz, cheio de flores reconfortantes e de águas tranquilas, não somente pelo encanto misterioso da paisagem, mas porque sob o céu calmo encontramos a verdade soberana de Jesus, que nos fará livres de todos os resíduos das esferas inferiores. Agradecemos a vocês, e aqui falamos por muitos amigos, pelas horas consagradas ao intercâmbio conosco, pelo amor com que nos recolheram as páginas e pelo desprendimento com que as incorporaram ao pensamento faminto do povo que por elas esperava.
Nessas palavras não vai elogio. Vai reconhecimento e compreensão de quem, como nós, muitas vezes, de vocês se valeram para transmitir um correio diferente que, em princípio, era para a maioria estranho e hesitante. Vocês nunca acreditaram no fracasso e apoiaram-se na própria fé, com ânimo firme. Sempre caminharam à frente, convencidos de que o problema não era apenas nosso e sim da totalidade das criaturas. Nos dias mais difíceis, sabiam esperar e nunca nos faltou entendimento e a colaboração das escolas mais altas. Vocês hão de ser amados, porque têm amado o dia, dedicando-o a Deus e ao Seu divino serviço. Nunca se valeram de rosas para semear espinhos e, invariavelmente, guardaram os espinhos para que outros colhessem as rosas e as aproveitassem. Para os que sabem dar e sofrer, a prosperidade do Senhor se manifesta em moldes que o espírito comum desconhece.
Agora que a oficina é mais um templo, é natural que nos rejubilemos em conjunto. Abençoe-nos o Mestre amado para que os seus divinos interesses progridam em nossas mãos, aqui ou além, agora e no porvir.
Rômulo, o caso do ácido úrico vai melhorando e você interpretou acertadamente o que ocorre. O dedo é uma válvula de escapamento a processos mais vultosos do organismo. Continuemos atentos e demos tempo ao tempo. Creio haver descoberto excelente remédio adicional para a Wanda. É o Elixir de Vitaminas. Ela pode usar sem receio. Não representa acúmulo de alimentação e sim bom sustento ao balanço orgânico. Uns dois a três vidros lhe farão grande bem.
Pedindo ao Senhor pela saúde e paz de vocês todos, abraça-os, muito afetuosamente, o papai que não os esquece,