14/12/1947
Nesta noite de alegria, Meu prezado professor, O seu natal festejamos Em preces de paz e amor. Comigo bulhentos bandos De trêfegos pequeninos Beijam-lhes as mãos dadivosas E exaltam-lhe os dons divinos. Todos eles trazem flores De afeto e de gratidão, Que as flores falam mais alto Das bênçãos do coração. Receba da menorzinha, Da pequena Maristela, Um ramo todo orvalhado De glicínias da janela. Mais duas chegam contentes. São elas Cristina e Wanda! Com joias das trepadeiras Que florescem na varanda. Agora é aquele peralta, O traquinas João Cotuba, Que lhe traz, regenerado, Uma flor de jurujuba. O João Pica-Pau, aquele Das pancadas e comidas, Tem um buquê cor de neve, Composto de margaridas. Repare quem vai chegando! É a endiabrada Laurinda, Que lhe oferta, carinhosa, Um galho de acácias lindas. Olhe agora! Quem diria? É o teimoso Ezequiel, Com ramalhetes das flores De trevos, cheirando a mel. Antonico, o aleijadinho, Que a própria mãe jamais quis, Vem trazer-lhe alegremente Dois formosos bogarís. Guilhermino, o preguiçoso, Que chorava dia inteiro, Mostra um ramo grande e belo De flores do jasmineiro. Lelé, Xandoca e Iracema, As maiores das meninas, Colheram grandes braçadas De esporas e de cravinas. Os demais trazem consigo Auréolas de terno encanto, Formadas no roseiral Que seus filhos amam tanto. Bendito seja o seu nome! Continue feliz assim!… Tantos netos Deus lhe deu Por esse mundo sem fim… Nosso abraço, grande amigo! Que lhe conceda o Senhor A luz da vida infinita E a paz do infinito amor. |