Se queres fazer o bem, Não perguntes como e quando… Haja o que houver em caminho, Continua trabalhando… Do que tenhas para dar À penúria que te espia, Não te esqueças de ajuntar A dádiva da alegria. Fala palavras risonhas, Tocadas de amor e fé; Ninguém te pede lhe ponhas Espinho ou calo no pé. Dedica-te à distração, Tanto quanto isso te agrade, Mas foge da tentação, Que a treva não tem idade. A noite mais nebulosa Para mostrar alegria Tinge o céu em cor-de-rosa, Louvando o nascer do dia. Toda prova tem sentido; Se sofres, trabalha e espera, O tempo, quando perdido, Nunca mais se recupera. Cala queixa ou desengano, Mesmo sendo acidentais, Que todo caminho humano Já tem tristeza demais. Futura mágoa terrena?! Se a conheces, silencia; Se contar valesse a pena, Deus mesmo nos contaria. Notícia curta que entendo Na estrada nova em que ando: A vida vai escrevendo O que o Céu lhe vai ditando… Que toda gente recorde Quando padece ou se cansa: A Lei de Deus recomenda Que não se perca a esperança. Nesta noite, o frio é prova… Sala amiga, hoje te deixo, Não sei fazer qualquer trova, Tremendo e batendo queixo. Noite fria!… A suportá-la, Digo adeus aos trovadores, Já fugiram desta sala Os próprios obsessores. |
(Psicografia de Francisco C. Xavier)
As trovas dos poetas Cornélio Pires e Lulu Parola se referem à noite de 05 de Junho de 1982 que, na cidade de Uberaba, Minas, se apresentava com temperatura vizinha do gelo. — Nota do médium.